Conta
a lenda que os arqueiros do poderoso exército persa, treinavam a pontaria sob o
olhar atento do rei Djemchid, quando um fato inusitado quebrou a concentração dos
soldados.
Nas
proximidades da zona de tiro, uma serpente envolvia e sufocava uma belíssima
ave. Imediatamente o soberano ordenou que uma flecha fosse lançada contra a
serpente, matando-a instantaneamente com uma flexa na cabeça. Agradecida, a ave
depositou aos pés do nobre comandante um punhado de sementes que ele
prontamente mandou semear. Quando a desconhecida planta germinou, o suco de
seus frutos passou a ser muito apreciado pelo rei. No entanto, passado algum
tempo, esse suco ficava amargo e acabava esquecido pelo palácio.
Certa
noite, uma das escravas favoritas do rei, desesperada para livrar-se de uma
atroz enxaqueca, desejou morrer e bebeu de um só gole todo o conteúdo do tal
suco estragado. Em seguida ela caiu em um sono profundo e quando despertou,
estava bem disposta e curada da dor.
Deduziu
então que, o suposto veneno era na verdade um poderoso remédio. Muito
impressionado com o que aconteceu com sua protegida, o Rei liberou a todos a
bebida, que passou a se chamar Darou-é-shah, o remédio do rei. E assim, do
harém para o povo, o vinho conquistou a pérsia.
Quando
fundou Persépolis, o grande Cambises, descendente de Djemchid, mandou plantar
em torno de toda a cidade, as vinhas que deram origem aos célebres vinhedos da
cidade de Shiraz, também conhecida como a cidade das rosas, dos poetas ou do
vinho, situada no atual Irã.
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